Depressão, se você jogar no Google estará lá, muito comum ou a doença do século. Seus sintomas, suas causas e tratamentos. Nunca foi tão difícil se manter psicologicamente saudável, acontece que a depressão vai além do que se vê. Uma pessoa sorridente e brincalhona também pode estar com depressão. Um adolescente que sofre bullying. Uma pessoa financeiramente estável, saudável e bonita, com “tudo para ser feliz#, assim como minha mãe, ou a sua.
A primeira vez que ela teve depressão eu era muito pequena, as poucas coisas que me lembro, preferia não lembrar. E agora, anos depois, ela está com depressão novamente. Mas agora eu não sou mais uma criança, não dá mais para se esconder atrás dos meus brinquedos e deixar os adultos resolverem, eu sou o adulto. Nunca disseram que seria fácil, mas caralho.
Sabe quando você vê sua mãe chorando e fica triste junto? Agora imagine isso multiplicado e sem cessar. Minha mãe tem depressão severa, então pode multiplicar aí mais um pouco. Sou filha única de uma família matriarca, somos só eu e ela. Por muito tempo me senti extremamente culpada e frustrada. Primeiro por estar exausta, “mas pera aí, ela é minha mãe, sempre cuidou de mim e agora é minha vez” e segundo, por não conseguir tirá-la desse buraco.
Acontece que eu sempre me senti muito sozinha nessa batalha diária, como se só minha mãe tivesse depressão, mas não, são milhares de mães, de pais, de filhos, de irmãos, de avós e avôs… com depressão nesse mundo. E essa conta só cresce. E é claro que, de uma forma ou de outra, vai te afetar também. Afinal, você os ama e os quer bem, mas nós não somos feitos de ferro, mesmo que tenhamos que viver como se fôssemos. Não temos a obrigação de curá-los e, por mais egoísta que possa parecer, também não temos a obrigação de está ao lado, quando não temos saúde psicológica e disponibilidade emocional para isso.
Não tem nenhum culpado nessa história. Muitas pessoas também desenvolvem depressão em situações como essa. Então minha dica, enquanto alguém que, além de tudo está também tentando manter a própria saúde mental, não se doe mais do que você pode. Não sinta-se culpado por aproveitar a sua vida e ser feliz, ela é sua e é única. Às vezes você vai ajudar e vai resolver, mas outras não, e isso não é culpa sua.
