Beleza

Quiet Beauty: por que cada vez mais mulheres estão trocando procedimentos por leveza

Outro dia, enquanto parei no Starbucks para tomar meu pink drink de sempre, me deparei com a seguinte cena: duas mulheres conversavam animadíssimas. Rosto limpo, sem maquiagem (nem sequer rímel), sardas à mostra, nenhuma camada espessa de base, nenhum corretivo craquelado — apenas uma pele bem cuidada. Uma delas foi chamada “Bia” e pegou o que pareceu ser um latte gelado e dizia animada para a outra: “Tirei o preenchimento dos lábios e na semana que vem vou tirar a extensão de cílios.” Fiquei pensando: será que estamos vivendo uma nova era da beleza? Uma era que não grita, mas sussurra?

O nome disso? Quiet Beauty — ou, em bom português, beleza silenciosa. Nada a ver com ser invisível. Pelo contrário: é sobre ser vista como se é, com poros, linhas de expressão e um batom que mais parece um lip balm.

Quiet Beauty é a resposta natural ao excesso. Depois de anos vendo rostos modelados por harmonizações faciais em série, lábios duplicados, cílios de pavão e sobrancelhas arqueadas com régua, parece que uma nova geração decidiu dar um passo atrás — ou melhor, um passo para dentro.

E a mudança está nos detalhes. No lugar do combo base corretiva + rímel + contorno, surge o ritual matinal de skincare com vitamina C e protetor solar. Na bolsa, o lip tint divide espaço com um óleo essencial de lavanda e um bom livro. 

Tem mais: elas não estão apenas largando o rímel — estão largando a obrigação de performar beleza o tempo inteiro. Aquele “se arrumar para sair” virou “me sentir bem pra mim mesma”. E isso é libertador.

Quiet Beauty

Mais do que estética, o Quiet Beauty é uma filosofia. Quem adota esse estilo está trocando os mil procedimentos por consultas com dermatologistas que falam sobre textura natural e colágeno de dentro pra fora.

O autocuidado vira autoconteúdo. É sobre dormir bem, tomar água, chorar quando precisa, rir alto sem se preocupar com a marquinha do pé de galinha. É skincare, mas também é terapia. É uma beleza que começa no sono e termina no sorriso.

E sabe o mais curioso? Está ficando bonito de ver. Talvez pela autenticidade, talvez pela leveza. Ou talvez porque, no fim das contas, tem algo muito encantador em ver alguém sendo exatamente quem é, sem moldes.

Em tempos de filtros que afinam o nariz e aumentam o olhar, escolher mostrar o rosto real é quase um ato político. Ser bonita sem parecer outra pessoa virou um manifesto silencioso — e cada pele livre de reboco, cada rímel esquecido na gaveta, cada espinha não coberta com corretivo é parte dele.

É como se dissessem: “Eu não quero parecer perfeita. Eu quero parecer eu.”

E cá entre nós… nada mais bonito do que isso.

Quiet Beauty

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