Antes de sabermos o que era “look do dia”, a gente já desfilava por aí com nossas Melissinhas brilhantes, a bolsinha de poodle no ombro e uma caneta de pompom na mão. Assistimos a “Meninas Malvadas”, “As Patricinhas de Beverly Hills” e “Legalmente Loira” como se fossem manuais de estilo. Adorávamos passar horas lendo a Capricho, Atrevida e TodaTeen — decorávamos os testes, recortávamos as páginas mais bonitas e colávamos na agenda da Barbie com fita adesiva colorida (quem lembra da agenda da Barbie com capa de pelúcia e que vinha com maquiagem?! não fazem mais agendas como antigamente).
Sabíamos todas as coreografias de Rouge, cantávamos Kelly Key com a alma. Ter um blog de patricinha no uol ou no Blogger era símbolo de status — quem sabia fazer layout com glitter e contador de visitas era automaticamente respeitada. A gente passava tardes inteiras personalizando o perfil do Orkut, colocando estrelinhas, gifs e depoimentos com “TE ADORO D+ BFF 💖”.
Amávamos bater perna no shopping, mesmo que fosse só pra andar de escada rolante, experimentar tudo na C&A e sair com um gloss novo da Avon na bolsa. O V3 rosa, a Cyber-shot também rosa, afinal, nosso mundo era cor-de-rosa.
A verdade é que a gente cresceu se achando adulta, mas ainda temos o coração ainda cheio de purpurina. E talvez por isso mesmo tenha sido tão especial. Porque, entre um gif piscante e um gloss roll-on, a gente aprendeu a se expressar, a se divertir com o espelho, a valorizar as amigas e a criar nosso próprio jeito de ser. Ser uma mini patricinha dos anos 2000 não era só sobre estilo — era sobre viver intensamente cada fase, cada tendência, cada página da agenda. E quer saber? A gente arrasou.
