Latte & Read #13 | Setembro 2025
Joan Didion tem uma escrita que parece um mergulho no caos e, ao mesmo tempo, uma tentativa de organizar esse caos. Em O Álbum Branco, ela reúne ensaios que retratam os Estados Unidos dos anos 60 e 70, um país fervendo em contradições, marcado por desilusão política, cultura pop e violência latente.
A minha parte preferida foi quando Didion fala sobre o clima da época de Charles Manson. Ela consegue traduzir em palavras não apenas os fatos, mas a sensação de insegurança, paranoia e perda de sentido que pairava no ar. É como se a gente estivesse ali, testemunhando o colapso de um sonho coletivo.
Por outro lado, confesso que as outras histórias não me interessaram tanto. Algumas passagens me pareceram arrastadas, quase como se eu estivesse lendo registros jornalísticos que não dialogaram comigo. Talvez seja uma questão de contexto ou afinidade com os temas, mas acabei não me envolvendo como gostaria.

