Se estivesse viva, Bertha Lutz completaria mais um ano de luta neste 2 de agosto. Mas o que faz dela uma das maiores figuras do feminismo brasileiro ainda pulsa com força em 2025.
Bertha Lutz nasceu em 1894, no Rio de Janeiro, e foi muito além de uma cientista brilhante. Bióloga formada na prestigiosa Sorbonne, em Paris, ela se tornou uma das principais líderes do movimento sufragista brasileiro, aquele que lutou (e venceu!) pelo direito das mulheres ao voto no Brasil.
Mas Bertha não parou por aí. Ela foi também uma das poucas mulheres que participaram da conferência da ONU em 1945, ajudando a redigir a Carta das Nações Unidas, sim, ela literalmente escreveu igualdade de gênero no papel fundador da ONU. Um feito que muitos desconhecem, mas que fez do feminismo brasileiro uma força internacional.
Bertha era ciência e política. Uma mulher à frente de seu tempo. Foi deputada federal, ativista incansável, defensora dos direitos civis das mulheres, da igualdade no mercado de trabalho e da educação para todas. Bertha também fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, em 1922, e ajudou a costurar alianças internacionais com outras feministas do mundo.
Hoje, num tempo em que discursos retrógrados tentam silenciar conquistas femininas, lembrar de Bertha Lutz é mais do que um tributo: é um ato de resistência. O feminismo brasileiro não começou ontem. Ele tem raízes. E uma delas carrega nome, sobrenome e atitude. Porque se hoje somos livres para votar, estudar, opinar, ocupar espaços, é porque Bertha esteve lá. E o nome dela merece ser dito em voz alta.
