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Quando o Medo Usava Preto e Branco

Antes dos jumpscares e do CGI, o terror era elegante, esquisito e existencial. Por mais que o cinema de terror moderno viva de sustos sincronizados e trilhas estridentes, houve um tempo em que o medo não gritava, e é dele que nasce essa lista: seis filmes que não precisam de sangue digital para te deixar desconfortável.

 1. Nosferatu (1922) – F.W. Murnau

O tataravô de todos os vampiros, feito na Alemanha expressionista, quando o cinema ainda era sonho e sombra. Max Schreck, com sua aparência cadavérica e dentes de rato, é tão real que parece ter saído do túmulo de verdade.

 2. A Noiva de Frankenstein (1935) – James Whale

James Whale transformou o terror gótico num espetáculo de ironia e empatia. O monstro ganha uma noiva e o horror ganha alma. É camp, é trágico, é quase uma ópera sobre solidão e rejeição.

3. Onibaba (1964) – Kaneto Shindō

Entre juncos e pântanos, duas mulheres sobrevivem matando samurais. Mas a verdadeira maldição mora no desejo. Shindō mistura erotismo e folclore com uma fotografia que parece respirar. Um terror sobre o corpo, a fome e o que resta quando o amor apodrece.

4. Eyes Without a Face (1960) – Georges Franju

Um cirurgião tenta devolver o rosto à filha desfigurada, sequestrando jovens para transplantar suas faces. O horror aqui é tão silencioso e bonito que chega a doer.

5. Begotten (1990) – E. Elias Merhige

Um parto grotesco, um deus que se esvazia de si, e uma Mãe Terra que sangra e cria o mundo. Sem diálogos, sem narrativa linear, só imagens que parecem ter sido escavadas de um pesadelo antigo.

6. Carnival of Souls (1962) – Herk Harvey

Uma mulher sobrevive a um acidente e tenta recomeçar a vida em uma cidade que parece feita de neblina e eco. É baixo orçamento, sim, mas o clima é puro delírio, uma mistura de Twilight Zone com sonho lúcido.

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