O livro propõe uma pausa em meio ao caos, com promessas de acolhimento e leveza. A proposta é bonita. Poética, até. Mas, na prática? Fica no raso.
Embora traga alguns conselhos que até aquecem o coração (tipo aqueles que você anota num dia difícil e depois esquece no fundo do caderno), grande parte das reflexões soa batida, com aquele cheirinho de “frase de caneca motivacional”. Não é que não tenham valor, mas parecem recicladas de outros tantos livros de autoajuda, e de maneira mais rasa do que profunda.
Outro ponto que pesou negativamente: o apelo à religião. O autor transita entre o budismo e o cristianismo de forma constante, o que pode funcionar para quem busca religião como âncora, mas para quem prefere um olhar mais laico ou prático, a experiência acaba se tornando desconfortável e um tanto moralista.
Em certos momentos, o livro parece mais preocupado em soar bonito do que em realmente ser útil. Aqueles conselhos que funcionam bem no papel, mas que, quando colocados na rotina real (cheia de boletos, estresse e insônia), se desfazem como areia fina.
Resumindo: é um livro que tenta te abraçar, mas parece mais preocupado em manter a pose do que em te ouvir de verdade. Sim, tem seu valor em pequenos trechos, dá pra destacar uma ou outra reflexão bacana, mas no geral, deixa a sensação de uma promessa bonita que não entrega. Para quem está em busca de profundidade, consistência ou ferramentas reais para desacelerar talvez seja melhor procurar em outro lugar.
⭐⭐
